Sem inspiração.

Nem todos os dias se têm inspiração para escrever, queria falar sobre tantas coisas.
São tantas coisas que me incomodam, tantas coisas que adoramos.
Há dias em que, se você escrever, acabará dizendo bobeiras. O mundo já tem bobeiras demais, e são poucos os que têm tempo para ler, mesmo àquilo que realmente deve ser lido.
Acho que é por isso que adoro escrever. Escrever sobre o tempo. Escrever sentimentos. Suas naturezas tão estranhas e complexas!
São tantas coisas que as pessoas deveriam saber. Tantas coisas para compartilhar, e num instante, como num passe de mágica, parece não haver mais nada, como que censurado pelo nosso inconsciente, que esvazia nossos pensamentos, como um ato delinqüente da mente.
E incrível como ate quando, não querendo escrever, minhas mãos coçam e meus pensamentos procuram por palavras que nem sei de onde vem.
E não há duvidas da minha intolerância, que não aceita essa falta de lembranças, que busca em cada lugar, cada momento, qualquer palavra, qualquer sentimento.
Não quero poesias, não quero criticas, não gosto de rimas, nem de hipocrisias. As palavras insistem em rimar, não quero assim, elas se escrevem sozinhas, falam por falar.
Sem inspiração, escrevo diante do nada, não sei como explicar aparecem me as palavras.
Escrever sentimentos. Reclamar do intolerável. Fazer o que deve ser feito. Trabalhar os direitos. Lembrar os momentos. Esquecer sofrimentos. Agradecer a vida. E nunca esquecer que sempre há uma saída. Inspiração é escrever!

Por que razão?

Por que razão?
Ao contrario do que se pensa, as decisões, sobre tudo as acertadas, não são puramente racionais. As emoções são fundamentais em todas as decisões.
Ao tentar pensar no tempo com racionalidade, percebi que o tempo é a distancia, é emoção. Pois é o tempo que nos separa, que nos une, nos ampara.
É o tempo que nos transforma, nos ajuda e nos deforma. Deforma nossos corpos, rejuvenesce nossas almas.
Nos leva ao passado. Fantasia nosso futuro, e quando num sonho, nos devolve ao presente, de uma forma inconsciente, meu pensamento viaja, e me deflagra com a realidade que me incomoda. Milhões de pessoas, na miséria e na fome. Pra que emoção?
E quando penso na distancia, percebo que ela não existe, a distancia é o tempo, pois o mundo esta cada vez menor. Um minuto de São Paulo a Tóquio. Não necessitamos de mais nada, vamos a Nova York sem sair de nossas casas.
Há razoes que só a emoção explica, e que a racionalidade não entende. Mesmo perante as decisões mais racionais e imparciais, as emoções se fazem fundamentais. Por que razão?