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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

vazio existencial

Madrugada, 3:20 da manha, sexta feira, olhava a lua, estava cheia, muito, muito linda, então imaginei duas coisas: Como seria linda a vista de lá, e o que veríamos se pudéssemos ver com os olhos da realidade. Deixei de lado os olhos do idealismo, do mundo imaginário e busquei lá no fundo, os olhos da realidade. Foi assustador!
Eu estava lá, sentado, e vi a terra, ela estava tão linda como jamais imaginei, toda azul, com manchas esbranquiçadas, grandes traços azuis, rochedos imensos, parecia tão bela, tão perfeita, tanta gente, tanta vida, quanta energia. Mas derepente, ela foi tomando formas.
Foi se tornando escura, os traços azuis ficaram negros, as manchas esbranquiçadas se tornaram vermelhas, até parecia sangrar. Os imensos rochedos viraram crateras. Parecia tão negra, tão terrível, e não havia ninguém para me ajudar, eu não tinha o que fazer, só podia observar. Não havia mais ninguém, não tinha mais vida, a energia parecia se esgotar.
Estava morrendo, não tinha outra saída, só restava esperar, os minutos eram desesperadores, a dor insuportável, os oceanos secavam, se tornavam sem vida, sem ar.
Não tentei rezar. Achava que não iria adiantar. Que Deus não me ouviria, que nem um único anjo mandaria para lá, então a vi sofrer e a deixei se acabar.
E assim é todo dia, simplesmente deixamos acabar. Não me orgulho, não é sonho, não é profecia, é minha visão dessa terra vazia. Sem futuro. Morrendo aos poucos. Depressiva.
Fechei os olhos, fiquei aliviado, estava de volta, olhei para os lados. Ainda havia vida, não tinha se acabado. Ainda que tudo pareça perdido, nada está acabado.Não queria vê-la assim.
Não basta escrever. Temos que saber o que significa cada palavra, as vezes o que ta escrito não é necessariamente o que foi lido, mas, o que se quer dizer, pode ser outra coisa.